Conforme
foi noticiado pelos meios de comunicação da região Oeste do
Paraná, na manhã do dia 22 de maio de 2012 ocorreu despejo feito
pela Polícia Militar de aproximadamente 50 famílias de
trabalhadores que residiam no Bairro Vila Alta, em Guaíra. Segundo
as informações noticiadas nos meios de comunicação, a desocupação
teria sido pacifica e as famílias já seriam encaminhadas para um
cadastro para receber casas populares ou para casas de parentes.
Porém,
em vista da necessidade de conhecer mais sobre o caso e acompanhar de
perto a real situação daquelas famílias, na manhã do dia 24 de
maio de 2012 (quinta-feira), uma comitiva de representantes de
organizações sociais e políticas da região Oeste/PR, além de um
advogado, realizou uma visita a um alojamento, onde se encontra a
maior parte dessas pessoas. Ao contrário do que foi noticiado pela
imprensa, deparamo-nos com uma situação caótica.
Moradores inconformados com a destruição de suas casas |
Várias
famílias haviam feito empréstimo consignado para construção de
suas casas, agora, mesmo sem casa, deverão continuar pagando.
Hoje,
a situação dessas famílias é de calamidade. Alguns conseguiram
encontrar apoio de parentes. Outros, segundo relato dos moradores,
estão nas ruas. A maioria deles está amontoada no Centro Náutico
Marinas, mediante recomendação da Prefeitura, em condições
sub-humanas.
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As
crianças estão sem acesso à escola e o transporte não passa na
região. Após o poder público criar tal situação de risco para as
crianças, agora os representantes do conselho tutelar ameaçam
retirar as crianças da guarda de seus pais. Os moradores estão sem
acesso aos seus pertences que haviam conseguido salvar inclusive
idosos estão sem acesso aos seus medicamentos. Eles estão passando
frio e se encontram em condições precárias de higiene. O local é
cheio de goteiras, o que mantém as pessoas úmidas o tempo todo.
Vários trabalhadores perderam seus empregos.
Segundo
os relatos dos moradores, já havia quase um ano que eles estavam na
área.São famílias pobres que não tem condições de pagar
aluguel. Antes da vinda dos moradores, no local,havia um depósito de
entulhos. Posteriormente, houve uma pequena criação de gado. Hoje
se encontram no local somente os destroços dos móveis e das casas.
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Apesar
dessa situação, há pouca repercussão no município de Guaíra
cujo à população pouco sabe sobre o futuro dessas famílias. Além
disso, as famílias não podem recuperar o que foi perdido enão há
garantia de que terão casa popular, apesar das promessas. O que,
ainda, se for o caso, pode demorar meses.
Diante
dessa situação, as organizações abaixo-assinadas resolvem
encaminhar a presente carta aberta à comunidade para divulgar a
situação dos moradores. Fazemos isso, também, como uma forma de
cobrar mais publicidade sobre o caso e pressionar o poder público
local para que se responsabilize e apresente uma solução imediata
para um problema que ele mesmo criou.
Nos
solidarizamos com estes trabalhadores e chamamos a população a se
somar na construção de uma rede de apoio, visando que seja
respeitado o direito dessas famílias, assim como de inúmeros outros
trabalhadores de nossa sociedade, a terem acesso a uma moradia digna.
Marechal
Cândido Rondon, 24 de maio de 2012.
APP
de Luta e Pela Base – Oposição Alternativa (Núcleo
Sindical de Toledo)
Associação
dos Geógrafos Brasileiros (AGB) Seção Marechal Cândido
Rondon
Associação
dos Pós Graduandos da UNIOESTE (APG)
Centro
Acadêmico Chico Mendes | Geografia - UNIOESTE/ M. C. Rondon
Centro
Acadêmico XVIII de Novembro | Direito - UNIOESTE/ M. C. Rondon
Centro
Acadêmico Zumbi dos Palmares | História - UNIOESTE/ M. C.
Rondon
Diretório
Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de M. C. Rondon
Diretório
Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de Toledo
GEOLUTAS
– Laboratório de Geografia das Lutas no Campo e na Cidade
Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL) - Marechal Cândido Rondon
Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL) – Toledo
Pastoral
Operária – Marechal Cândido Rondon
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