quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Memória: lembrar e não esquecer

Dizem por aí que o ideal é esquecer as coisas do passado, não remoer, deixar quieto. Mas, acreditamos que o passado não pode ser esquecido, ele tem que ser remoído, desconstruído. A rememoração se faz através das pessoas que compartilham dessas memórias que é fundamental para o grupo e a sociedade que fazemos parte.
           
As lembranças são construídas e processadas dentro do grupo do qual fazemos parte. De forma coletiva, todos colaboram na construção da memória e na rememoração dos atos e dos momentos vividos por nós mesmos e por outras pessoas, compondo aquilo que conhecemos como memória coletiva, onde todos podem se identificar.
           
Para que haja um sentimento de pertencimento e de identidade no âmbito social é preciso que essas memórias sejam repassadas para as próximas gerações, nesse momento que se firma o caráter social da memória. A linguagem ao expressar as reminiscências se configura como um instrumento socializador, unifica, amplia e aproxima.
           
No entanto, a memória pode sofrer modificações e rearticulações da forma que ela é colocada e/ou manipulada, assim mostrando somente aquilo que interessa aquele que está narrando. Desta forma, é importante ressaltar que a memória é um instrumento de luta de classes e no meio destas lutas que é definido o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido.
             
Assim ocorre com a Ditadura Militar no Brasil, que tenta esconder os seus erros e transformar os seus ídolos em mártires do qual nunca foi e nunca serão. Deste modo, não podemos esquecer uma época triste, que ficou registrada nos corpos ou nas memórias de muitos. Compartilhar com os mais novos as experiências do passado evita que aqueles velhos tempos tornem-se realidade novamente.



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