Continuando a subsidiar a discussão referente aos direitos humanos, o Movimento Fronteira Zero traz hoje o Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar as organizações criminosas do tráfico de armas. Segundo o texto, “o Brasil atravessa um dos piores momentos relacionados com a segurança pública interna de suas grandes cidades. Não bastassem o alto nível de desemprego e a ineficiência do Estado para combater o crime organizado” é necessário observar “que os bandidos estão extremamente organizados, adquirindo inclusive treinamento específico, outrora privilégio das forças policiais e militares, para aumentar seu poder de fogo frente à população desprotegida e apavorada”. O problema da violência e da constituição de grupos de poder paralelo é explicito, mas tal situação precisa ser investigada e considerada simultaneamente a outros agravantes sociais. É preciso destacar e procurar os motivos da existência destes grupos e problematizar os elementos estruturais que facilitam a cooptação de trabalhadores, ampliando deste modo qualquer discussão restrita de segurança pública. Assim, reivindicamos que a análise do problema seja realizada através de uma perspectiva que vincule as diferentes questões sociais e o processo de expansão do modelo econômico vigente. No interior da forma de atuação da CPI, “o descontrole de nossas fronteiras facilita a entrada de armamentos pesados, de manuseio e manutenção especializadas”. Assim, Foz do Iguaçu torna-se tema constante em vários depoimentos recolhidos pela comissão, mesmo o relatório explicitando que as rotas do tráfico de armas existentes na região das três fronteiras não correspondam a entradas em grande escala, sendo definida como “entradas pontuais” através do “processo formiguinha”. O link disponibilizado possibilita o acesso ao documento integral.
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