Na ultima quinta-feira, dia 16 de dezembro, ocorreu a 5° Marcha do Imigrante na cidade de Foz do Iguaçu. Em razão da X Cúpula Social do MERCOSUL ocorrida na cidade fronteiriça, a Marcha geralmente realizada em São Paulo foi transferida para a Terra das Cataratas. Assim, pela primeira vez foi proporcionado um espaço para a participação dos migrantes na discussão dos temas referentes aos direitos humanos da imigração na região. Com a participação de migrantes bolivianos, peruanos, chilenos, paraguaios, argentinos e japoneses, as diversas comunidades tiveram a oportunidade de destacar sua participação na construção de uma agenda social das migrações no MERCOSUL.
A migração deve ser entendida como um direito humano, um direito legal que possibilite a legitimação da tão discutida Integração, principalmente no que se refere a Integração na América Latina. Um MERCOSUL social onde o ser humano esteja à frente do mercado! Atualmente se observa o entrave de leis e burocracias para a legalização e integração dos imigrantes, que entre esse lento processo burocrático enfrentam péssimas condições de vida e a precarização das condições de trabalho.
Como afirma um representante da Força Sindical do Paraná, “as empresas têm trânsito livre, conseguem vários benefícios para migrar de um país para o outro e as trabalhadoras e trabalhadores têm uma grande dificuldade, o mesmo para conseguir o visto de permanência”.
Durante a marcha foi destacado também o lema “Por um MERCOSUL livre de xenofobia, racismo e toda forma de discriminação” quando se enfatizou as situações de preconceito expostas aos imigrantes que são obrigados a trabalhar sob condições análogas à de escravos. Integrantes da Casa de Apoio ao Migrante de São Paulo e de Montevidéu, Integrantes da Associação de Paraguaios de São Paulo ressaltaram a importância de manifestações como essa, que mostram a força dos movimentos articulados e bem organizados, a favor dos direitos naturais dos migrantes.
No final da Cúpula os migrantes e suas organizações apresentaram uma carta, como uma declaração final onde ficaram expostas as idéias discutidas e as perspectivas para a contribuição das políticas migratórias do MERCOSUL. “Nesse sentido uma das idéias principais mencionadas na Carta faz referência a construção dessa política migratória que deveria ser comum aos países da América do Sul, e como resultado, a consolidação da cidadania sul-americana, sem que isso implique em qualquer tratamento xenófobo aos migrantes de outros continentes”, explica o migrante paraguaio e integrante da Casa de Apoio ao Migrante, Daniel Colque.
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