Natasha Pitts (Adital)
Na noite desta quinta desta quinta-feira (16), chegou ao fim a X Cúpula Social do Mercosul. O evento, considerado de singular importância para os movimentos e organizações sociais foi cenário de debates que trouxeram à tona temas como segurança alimentar, educação, direitos humanos, juventude, afrodescendentes, tecnologias sociais, comunicação, entre outros, dentro de uma perspectiva de integração entre os países do Mercado Comum do Sul e demais integrantes da América do Sul.
Além dos atores sociais que protagonizaram a Cúpula por três dias, o encerramento teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos chefes de Estado do Paraguai, Fernando Lugo, do Uruguai, Pepe Mujica, do vice-presidente da Colômbia, representante da Argentina, e ministros dos países do cone Sul e convidados.
Antes do início do encontro com os chefes de Estado, uma homenagem foi prestada a Néstor Kirchner, ex-presidente argentino, falecido em 27 de outubro deste ano.
Fernando Lugo, presidente do Paraguai, durante seu breve discurso, assegurou que são os movimentos e organizações sociais que genuinamente contribuem para a integração regional. Lugo também parabenizou o presidente Lula por não ter abandonado os grupos sociais depois de eleito presidente de um país importante.
Em seu discurso institucional, Lula falou sobre o crescimento econômico dos países do bloco e comemorou o consequente avanço e crescimento do Mercosul, que dentro de poucos meses completa 20 anos. "É muito importante que não percamos de vista o que já conquistamos, não foi pouca coisa. Temos que analisar nossas conquistas no tempo da história". Para que essa realidade não morra, o presidente encorajou os participantes da Cúpula Social e os governantes a não recuarem e seguirem propiciando desenvolvimento para o bloco, pois ainda há muito para ser conquistado.
Lula também relembrou o tempo de forte submissão aos Estados Unidos e países da Europa, ressaltando que essa realidade vem ficando para trás nos últimos 10 anos. A tentativa de instituição da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) também foi criticada pelo presidente. "Somente quando tivemos coragem de dizer que nós queríamos ser donos de nossas decisões, é que conseguimos vencer alguns obstáculos que pareciam intransponíveis", destacou o presidente.
Hoje, a realidade dos países da região Sul demonstra os esforços que foram feitos para o fortalecimento e desenvolvimento econômico e social de nações como a brasileira, que apresentou nos últimos anos altos índices de crescimento. O que se tem visto é um destaque dos países em desenvolvimento e a recuperação lenta dos países desenvolvidos que se encontram em crise.
"Em meio a uma das mais graves crises econômicas da história desfrutamos de uma situação econômica e política privilegiada e um nível de maturidade que nos tem permitido avançar na consolidação da democracia em nossas sociedades. Temos amplas perspectivas de levar adiante o processo de desenvolvimento com justiça social e bem-estar", declarou. Como não poderia deixar de lembrar, Lula afirmou que os movimentos sociais, protagonistas da Cúpula Social, e também os chefes de Estado ali presentes foram de fundamental importância para o processo de mudanças e crescimento.
“Não foram muitos que tiveram coragem de levantar a voz contra essa ideia, mas foi exatamente aqueles que poderíamos chamar de sectários, de esquerdistas: um padre numa igreja, um sindicalista na porta de fábrica, o pessoal do sem-terra, as pessoas que começavam a gritar que não era possível nos subordinarmos a um acordo de livre comércio tendo como uma mola mestra os EUA".
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