Número apresentado pelo Censo 2010 derruba Foz para 7º posição
Na segunda-feira (29) foram divulgados na cidade de Curitiba os dados gerais do Censo 2010. De acordo com os números apresentados, Foz do Iguaçu possui 256.081 mil habitantes, 2.462 mil habitantes a menos se comparado com os números apurados há dez anos. A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano seria de 311.697 mil habitantes, ou seja, teoricamente Foz do Iguaçu além de não acompanhar a projeção, diminuiu mais de 2 mil pessoas.
Por esta razão, até o momento, nossa cidade caiu do 5º para o 7º lugar entre as maiores cidades do Paraná, ficando atrás de Curitiba (1.746.896), seguida de Londrina (506.645), Maringá (257.117), Ponta Grossa (311.697), Cascavel (286.172) e São José dos Pinhais (256.488).
IBGE aponta possível causa para a diminuição populacional na cidade
Segundo IBGE o processo migratório seria a principal causa da queda no número de habitantes na cidade de Foz do Iguaçu. Em 2011 serão divulgado dados precisos sobre o processo migratório, obtido na coleta de dados neste ano, assim será possível indicar com maior propriedade os reais motivos de tal queda. Talvez um dos motivos da “possível migração”, segundo chefe regional do IBGE, seria o maior rigor dos órgãos de fiscalização na fronteira a partir de 2003 contra o contrabando e descaminho, favorecendo por esta razão a migração das pessoas que trabalhavam na informalidade, para outras cidades, visando à busca de seus sustentos. Estas cidades seriam Toledo e Maringá onde existem arranjos produtivos e contratação de mão de obra com muita freqüência. Cabe ressaltar que estas informações ainda não são precisas, mas a partir do relatório que será divulgado em 2011 saberá exatamente as causas reais da diminuição.
Prefeitura de Foz contesta números do Censo
A prefeitura de Foz que esperava um avanço populacional acima dos 300 mil habitantes entrou com pedido formal de revisão dos dados apresentados pelo Censo 2010. O IBGE possui 30 dias, a contar da data do recebimento dos pedidos realizados pelas prefeituras, para analisar a documentação, no intuito de verificar se aceita ou não os argumentos apresentados sobre a contestação da contagem. Caso os argumentos sejam aceitos, haverá recontagem da população. Em todo o Paraná 24 municípios contestaram o Censo.
O prefeito municipal acredita ter provas concretas que indicam que a população de Foz do Iguaçu possui um número de moradores superior ao apresentado pelo Censo. Entre estas provas estão: documentos expedidos pelo cartório indicando número positivo de nascimentos em relação aos óbitos nos últimos dez anos; documento demonstrando o aumento no número de domicílios construídos; documento da Sanepar e Copel indicando o aumento na demanda relacionado com o fornecimento de água e luz; e por fim, dados do Tribunal Regional Eleitoral do Estado onde é demonstrado o aumento no número de eleitores acima dos 16 anos. Por meio destes documentos, a prefeitura tentará buscar junto ao IBGE um novo recenseamento.
A que conclusão chegamos a respeito do Censo?
Em primeiro momento percebemos o “desespero” da prefeitura para que seja realizada uma recontagem, afinal, o município ao cair o porte, perde proporcionalmente os recursos vindos do Governo Federal. Esses valores são significativos, inclusive para a área de saúde. Outro ponto a destacar é o fato de nossa cidade ter diminuído o número de habitantes, sendo que o resultado era para ter sido totalmente inverso.
Caso o Censo esteja correto, a leitura desta informação demonstra as possibilidades em relação ao emprego encontrado em nossa cidade, ao contrário do que tem sido anunciado ultimamente. Isso justificaria, por exemplo, o alto índice de trabalhadores informais que “lutam como podem” para sobreviver e mesmo assim é mal visto pela sociedade e pelos órgãos públicos que não os oferecem alternativa.
Neste momento surgem inúmeras perguntas: para que serve os altos investimentos em turismo se isso não tem garantido emprego e renda para a população de nossa cidade? Não seria melhor investir em outros setores da economia? Onde estão às políticas públicas ligadas à área do trabalho e a geração de renda? O município não sentiu essa redução de moradores em nenhum momento? Será que daqui a dez anos esta tendência de diminuição será revertida? Ou, levando ao extremo, será que nossa cidade ainda terá habitantes?
É claro que a ultima indagação não é para ser levada a sério, mas ela serve para demonstrar a má impressão que nossa cidade passaria para as demais do Estado, caso assumisse que o número de habitantes diminuiu devido ao processo migratório, sendo sua causa a falta de emprego. Enfim, vamos torcer para estes números estarem errados e a nossa população estar beirando os 300 mil, pois se não, as condições em nossa cidade ficariam ainda piores devido à redução no investimento.
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