domingo, 31 de outubro de 2010

Hoje é Domingo! Dia de Bate Papo!

Hoje apresentamos uma rápida conversa que tivemos com a diretora da Casa do Teatro Arinha Rocha, no dia 20 de Outubro deste ano. Em meio a tanta correria ela se dispôs a nos ceder algumas palavras sobre o importantíssimo trabalho realizado a alguns anos na região das três fronteiras. O grupo de artistas que se reúne em torno da “Casa do Teatro” existe há 20 anos. Ele surgiu com a criação da Companhia Foz de Teatro, a partir da ideia e a necessidade de se discutir arte e cultura por pessoas que tinham interesses, e posicionamentos em comum. Entretanto, somente há 08 anos a Casa do Teatro foi constituída como entidade, passando a desenvolver diversas atividades, principalmente de arte-educação. Atualmente, o grupo desenvolve diversas formas de expressão, como teatro, música, desenho, cultura hip hop, dança e literatura. Em grande medida, as atividades são desenvolvidas para crianças e adolescentes, de todas as partes das três fronteiras.

Como vocês observam a relação entre arte e política?
Toda a ação e relação social é uma forma de política. Logo, a arte não se diferencia disso. A arte é política por sua natureza, ela propõe sempre uma nova visão, uma nova estética, ela fala do mundo e o denuncia. Quando chamamos atenção para a arte, isso é uma ação política, mesmo os que pensam a arte como entretenimento, como um adorno, estão se posicionando. Até mesmo a arte que pretende ser neutra é política. Para nós a arte é libertadora, pois não podemos mais apenas consumir cultura: é preciso produzi-la. Não basta gozar arte: necessário é ser artista! Não basta produzir idéias: necessário é transformá-las em atos sociais, concretos e continuados.

“Não cabe à arte apontar soluções para os problemas sociais, mas incitar a reflexão e mostrar as contradições e os valores de uma sociedade”,

Com relação ao serviço prestado a crianças em risco, como se dá a relação de vocês com a vida pessoal e social dessas crianças?
Tentamos sempre dar um feedback entre os pais dessas crianças, se elas chegam na Casa do Teatro com algum problema que não seja possível de se resolver lá. Nestes casos, são os pais são avisados. Nós vamos a casa deles para tentar entender o que está acontecendo. Não podemos fazer muito. Mas quando a questão é a falta de diálogo, ajudamos muito.
E é claro que eles, depois de participarem de ações, também se sentem mais fortalecidos, entendem mais sua condição e tentam mudar, melhora a forma de ver a sociedade, tornam-se mais críticos. Isso pra mim é ajudá-los, dar novas ferramentas pra resolver os problemas.

Como é abordada por vocês a questão da violência, tanto física quanto psicológica?
 Nós realizamos uma terapia chamada de “Rodas de Conversa”, que um método de diálogo, onde discutimos temas diversos. Sempre tentamos fazer com que as crianças e os adolescentes sugiram os temas, e o tema da violência é sempre muito retratado, pois para esses adolescentes e jovens a violência é muito próxima. Todos eles conhecem alguém que se envolveu com drogas, que já foi preso e que já foi violentado de alguma forma. Muitas vezes eles mesmos fazem peças narrando esses casos, e, a partir disso, criamos um diálogo sobre a questão. A partir disso encaminhamos para um psicólogo, caso seja ele a vitima ou oferecemos outros encaminhamentos, de acordo com a gravidade do caso.

Todos os membros da Casa do Teatro dedicam-se unicamente a ela?
Não. Além de participar de nossa entidade, as pessoas também estão inseridas em outros projetos. Temos um grupo bastante inserido na vida social da cidade.



A Casa do Teatro possui vínculo empregatício, ou são todos voluntários?
Os dois casos. Atualmente a casa possui 23 “funcionários-voluntários”. Chamamos assim porque essas pessoas recebem pouco e trabalham e produzem muito, com muita dedicação, amor e prazer naquilo que fazem.

Os integrantes desenvolvem alguma atividade política partidária?
Sim, eu e alguns da Casa. Tentamos sempre deixar a instituição fora desta discussão, porque são várias pessoas que a compõem, e são de diversos pensamentos. Eu sempre fui filiada a partido, porque acho que temos que nos organizar e uma das formas pode ser os partidos políticos. Então eu não vejo nenhum problema nisso. Aliás, eu acho que as Instituições sociais que se dizem neutras estão extremamente enganadas, porque primeiro, essa tal neutralidade não existe. Se você trabalha e acredita em algo, você tem que se posicionar, sempre. Tem pessoas lá na casa que são de outros partidos, tem gente que não tem partido nenhum, tem anarquista, tem louco de todo o tipo. A instituição tem uma missão, uma meta, e ela está ali pra resolver aquilo que ela se propôs a fazer, agora as pessoas são indivíduos. Isso você pode escrever de forma bem clara: A CASA DO TEATRO NÃO TEM DONO! NINGUEM MANDA NAS PESSOAS QUE ESTÃO LÁ. (risos).

Como a situação de vivenciar as fronteiras internacionais interfere ou atua no trabalho de vocês?
Diretamente. Vivemos essa mistura cultural. Temos um professor de música argentino, e a musica argentina faz parte de nossa vivência. Também temos muitos alunos paraguaios, tem árabes, indiano várias pessoas, de diversos lugares do mundo. Essa diversidade é a marca da comunidade da cidade. Tem o lado bom e o lado ruim de se viver estar na fronteira. Os problemas também são muito próximos de tudo que a gente faz, e tudo é retratado. Geralmente recebemos as influências artísticas dos dois países, de dois não, mas de todas as pessoas que vivem aqui.
Quanto aos países próximos, Paraguai e Argentina, existe uma influência cultural muito forte, as fronteiras existem somente geograficamente. As pessoas que produzem cultura trocam entre si, as bandas daqui geralmente falam em suas letras, coisas em guarani, espanhol. Há bandas aqui como “Nem Pelé, Nem Maradona”, que é a mistura de argentinos e brasileiros. Também tem um grupo de teatro, o "Vira Colchão" que são brasileiros e paraguaios que faz teatro com a gente. A nossa relação é muito próxima.

Qual a relação de vocês com o poder público?
Muito boa (risos).
A relação da Casa do Teatro (instituição) com o poder público é excelente, de parceria. Temos parceiros como a Itaipu, Ministério da Cultura e outros órgãos públicos. Mas é claro que como qualquer cidadão, também temos divergências (críticas) em relação a algumas de suas ações e esperamos nunca nos calarmos frente a injustiças ou desmandos.

Qual a relação de vocês com setor privado?
Muito boa (risos).
Com relação aos empresários, eu acho que a gente sempre pode contar com grande parte, temos amigos que sempre nos ajudaram, pessoas que fizeram em algum momento o material gráfico da Casa, de algum jeito apoiou uma iniciativa da gente, eu acho que é por aí. Sempre pontualmente.

Quais os projetos futuros?
O nome da Casa é projeto (risos). Eu espero que a gente consiga transformar os nossos projetos em ações. Nós temos muitas ideias e muita vontade, eu acho que estamos em um bom caminho, para construir algumas coisas que sempre sonhamos a construção da sede, que é o projeto mais difícil, por exemplo. Nós temos o terreno, ele foi repassado pela Prefeitura, você vê que o poder público tem contribuído. A sede própria é o nosso sonho mais difícil mesmo, porque é o mais caro. O terreno é próximo do “Teatro Barracão” e lá é um pouco mais distante do teatro, onde estamos atualmente. Mas nós sempre queríamos construir em um bairro, porque é onde nós estaremos mais próximos do nosso público. O lugar é ótimo onde planejamos construir é ótimo, entre o Campos do Iguaçu e o Libra. Outro projeto que irá acontecer já com data marcada é o “Fome de Cultura”. É uma iniciativa para fazer algumas reformas no Teatro Barracão. Estamos vendendo pizza, com a parceria do Muffato, e outros grupos da iniciativa privada. A nossa meta é vender duas mil pizzas, pra gente poder reformar o telhado e fazer outras melhorias no teatro, para a gente e a comunidade poder usá-lo de forma melhor.  
As pessoas próximas à Casa do Teatro estão com bloquinhos da venda dessas pizzas. Ao comprar sua ficha, você terá dois dias, nos dias 12 e 13 de novembro para retirá-las, no Mercado Muffato Boyci. Os sabores das pizzas serão calabresa e mussarela. E você que também tem fome de Cultura pode contribuir. 

Ps: Atualmente a Casa do Teatro está utilizando a estrutura do Teatro Barracão, emprestada pela Prefeitura de Foz do Iguaçu, a fim de que a instituição utilize este espaço físico para manter suas atividades, mediante um contrato com horários definidos. Nós arcamos algumas despesas para o funcionamento do local.

sábado, 30 de outubro de 2010

Fechamento da Semana

Vamos terminar o que começamos...
Amanhã, 31 de outubro, voltaremos às urnas para terminar o que foi iniciado. Nós paranaenses estaremos nos dirigindo até a seção de votação para escolhermos um entre dois candidatos que disputam o 2º turno para o cargo de Presidente da República. Em alguns estados do Brasil além de presidente, será escolhido também o governador, o que não é o caso do Paraná, haja vista que Beto Richa do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) venceu as eleições em primeiro turno.
O que nos chamou a atenção neste 2º turno foi à forma utilizada pelos candidatos para desqualificar uns aos outros. No mundo virtual apesar da disputa acirrada, quem levou desvantagem foi à candidata Dilma Rousseff que teve seu nome e foto vinculado a inúmeros e-mails difamatórios que faziam referencia a uma suposta vida criminosa. Assim como o rádio e a televisão, a internet é uma excelente ferramenta estratégica ao qual foi muito bem utilizada pelos marqueteiros. A partir disso, percebemos o quanto o “poder” é cobiçado e buscado pelos partidos a todo custo. Neste contexto a frase “os fins justificam os meios” de Maquiavel, parece fazer sentido.
Aparentemente foi para o 2º turno um partido que defende o interesse dos trabalhadores contra um partido que busca defender o interesse do capital, dissemos aparentemente porque se analisarmos historicamente as eleições, veremos que o Partido dos Trabalhadores (PT) abandonou grande parte dos seus discursos até chegar ao poder.
Por conta destas contradições ideológicas as “forças de esquerda brasileira” divergem entre votar nulo ou apoiar a candidatura do PT. Para alguns partidos de esquerda o apoio a candidata Rousseff deve ser um apoio com ressalvas, para outros, prevalece o voto nulo. Apesar desta divergência, todos são unânimes em não quererem um partido de direita no poder.

Ainda sobre política...
Continuando o assunto anterior e trazendo o mesmo para nossa região, nesta semana (terça-feira, 26) o candidato José Serra (PSDB), esteve visitando a Terra das Cataratas para participar de uma Convenção Evangélica. O candidato foi convidado a fazer explanação de suas propostas nesta convenção. Serra respondeu além das questões elaboradas pelos dirigentes do encontro, as perguntas dos líderes das igrejas. Dentre suas promessas de campanha, o candidato mencionou o aumento do salário mínimo e o reajuste que pretende dar aos aposentados. No dia posterior a explanação de Serra, a convenção recebeu também a participação de um representante do PT para discutir as mesmas questões apresentadas ao candidato anterior.
Apesar da laicidade do Estado, vemos os candidatos darem atenção especial as esferas religiosas. Cada líder religioso dirige um grupo que respeita sua opinião. Pelo fato do Brasil ser um país cristão, discursos políticos desalinhados com tal ideologia acabam prejudicando a imagem do candidato e consequentemente refletindo nas urnas. Em São Paulo na semana passada foram recolhidos em um bairro panfletos assinados por três bispos da igreja católica que repudiavam a candidatura de Rousseff por entenderem que a candidata não é contraria ao aborto. Desta maneira e a fim de não criar indisposição com os religiosos que possuem influência sobre os fieis, os presidenciáveis fazem concessões em relação a algumas posições e acabam dedicando uma atenção especial a este universo.

Ta quase lá...
            O município de Foz do Iguaçu esta trabalhando juntamente com o Conselho Tutelar com o propósito de erradicar a evasão escolar no município. Atualmente os estabelecimentos municipais de ensino atendem uma demanda de 22 mil alunos, deste total, em 2008, 226 alunos deixaram de frequentar as salas de aula, em 2009, 26 alunos desistiram. Seguindo estes números, calcula-se para este ano um valor próximo a zero. Erradicar evasão escolar, bem como diminuir a taxa de analfabetismo no país são medidas plausível. Entretanto, precisamos observar a necessidade da busca constante por uma educação gratuita e de qualidade ao invés de simples números.

Até quando?
            Na sexta-feira passada (22) em menos de três horas morreram três homens assassinados em nossa cidade. Nesta terça-feira (26) outro jovem é morto com sete disparos de arma de fogo. Percebemos com isso o quanto nossa cidade é violenta e o quanto a segurança pública é deficitária. É evidente que por estar localizado em área fronteiriça, Foz do Iguaçu possui inúmeras peculiaridades em relação a outras cidades brasileiras, porém nada justifica tal situação. Se a fronteira possui particularidades que facilitariam o crime, ela também precisa de tratamento particular por parte do governo.
Não é nossa intenção nestas linhas enumerar os problemas sociais ligados aos altos índices de criminalidade, afinal esse assunto será debatido em outros artigos, porém ao trazer o problema da violência em nossa cidade buscamos fazer uma reflexão sobre a ineficiência do Estado em relação à proteção à vida. Segurança pública se faz com diminuição da pobreza, das desigualdades sociais, com ampliação das vagas de emprego e com distribuição de renda. A resposta as problemas de segurança não está no aumento da ação política, mas na garantia de direitos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dia Internacional da Animação

          Associação Brasileira de Cinema de Animação, Petrobras e Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo a Cultura; a Casa do Teatro, a Associação Guatá e o Sindicato dos Jornalistas de Foz têm a honra de convidá-lo (a) para a mostra oficial de curtas-metragens de animação, que acontecerá simultaneamente em centenas de locais por todo o Brasil em comemoração ao Dia Internacional da Animação 2010. E a cidade de Foz do Iguaçu não poderia ficar de fora!
28 de outubro de 2010, 19h30min
Local: Teatro Barracão
Endereço: Avenida República Argentina, 4331, Praça da Bíblia - Jardim São Paulo

Foi nesta data que, em 1892, Émile Reynaud realizou a primeira projeção do seu teatro óptico no Museu Grévin, em Paris. Essa projeção foi a primeira exibição pública de imagens animadas (desenhos animados) no mundo.
Esta é a sétima edição do Dia Internacional da Animação no Brasil. No mundo, o evento acontecerá simultaneamente em mais de 50 países.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

“A Dinâmica das Fronteiras – Migraciones internacionales y ciudadanía em el MERCOSUR”

Na quarta-feira (27/10) haverá uma mesa redonda intitulada “A Dinâmica das Fronteiras – Migraciones internacionales y ciudadanía em el MERCOSUR” com os professores Eduardo J. Vior (UNILA) e José L. C. Albuquerque(UNIFESP), visando discutir as relações entre fronteira, migração e construção de identidade. O tema do debate é pertinente e atual, sendo de interesse de todos os moradores da região. Para aqueles que quiserem estabelecer uma aproximação em relação a discussão, lembramos que o Professor Lindomar concedeu uma entrevista ao Fronteira Zero no dia 10 de outubro de 2010 e ela ainda se encontra disponível no blog. Para os interessados em participar do evento, segue o link para inscrições. 

http://www.poloiguassu.org/dialogos/index.php?option=com_content&view=article&id=58&Itemid=67

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Três Fronteiras x Tríplice Fronteira

          Para um maior entendimento e compreensão da nossa escolha e utilização do termo três fronteiras é preciso lembrar inicialmente que a denominação mais conhecida, “tríplice fronteira”, corresponde a uma construção empregada pelos norte-americanos por causa de dois atentados acontecidos na Argentina, o primeiro em 1992 na embaixada de Israel, que causou 29 mortos e 242 feridos, e o segundo, em 1994, na Associação Mutual Israelita Argentina – AMIA, que teve 85 mortos e mais de 300 feridos.
          Tais acontecimentos refletiram diretamente nos três paises da fronteira devido ao grande índice de migrantes oriundos do oriente médio. Neste sentido, é válido lembrar que Foz do Iguaçu possui a segunda maior colônia árabe do Brasil. Um outro agravante ou argumento utilizado pelos norte-americanos estaria vinculado à facilidade de circulação de pessoas, de mercadorias e capitais nas fronteiras internacionais existentes na região, o que possibilitaria o trânsito entre os países e as movimentações financeiras.
          Com esta conjuntura, os Estados Unidos iniciam uma investigação na região no intuito de encontrar possíveis aliados dos supostos terroristas no interior da comunidade local, mas tais ações não foram “bem sucedidas”. Foi durante este período que a região das três fronteiras ficou conhecida como "tríplice fronteira” nos noticiários norte-americanos. 
          Em síntese, por haver uma concentração de árabes e libaneses na região e com os atentados ocorridos na Argentina, os Estados Unidos começou a olhar com mais atenção para o universo em que estamos inseridos. Não suficiente, utilizando da afirmação que a região possui uma baixa fiscalização desenvolvida pelos respectivos governos nacionais, tornou-se constante as tentativas norte-americanas de influenciar nas políticas especificas da fronteira, principalmente as relacionadas à segurança.
          Com o atentando ao Word Trade Center ocorrido em setembro de 2001, tal situação se tornou mais aparente, pois novamente a “inteligência norte-americana” começou a afirmar os três paises fronteiriços abrigavam terroristas. Neste sentido, chegou a ser noticiado em alguns jornais internacionais que os combatentes que provocaram o atentado tinham se escondido no Brasil, mais especificamente em Foz do Iguaçu.
          Levando em consideração estes apontamentos, consideramos que o termo “tríplice fronteira” está sendo utilizado e naturalizado de modo pejorativo e de maneira bélica. Assim, buscamos fugir de tal utilização. Para tanto, adotamos o termo Três Fronteiras, que já foi muito utilizado antes desses acontecimentos, mas que gradativamente foi esquecido devido à força dos veículos de comunicação de massa.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Apresentação de teatro “GIRASSÓIS”

Nesta sexta-feira (22/10) iniciará uma série de apresentações teatrais no Teatro Barracão, com sessões às 15:30hs. e 20:30hs. Os integrantes do espetáculo serão alunos de teatro de escolas públicas da cidade. É esperado a participação de pessoas da comunidade onde está situado o teatro e de outras localidades, como também alunos, professores e universitários.
            A peça a ser apresentada será “Girassóis” com fragmentos de textos poéticos de Thiago Mello, Bertolt Brecht, Clarice Lispector e Bernard Shaw, a apresentação contará com teatro, ballet, dança clássica e contemporânea além de street dance.
         O texto e a apresentação se referem à condição humana, tratando de temas como liberdade, autonomia e direitos humanos. O trabalho se baseia na obra “Os estatutos do homem”, de Thiago Mello, onde ele retrata como seria uma vida digna e mais justa para todos os homens.
         Esta apresentação é uma amostra do desenvolvimento de um projeto chamado “Plugado – Canais ligados na cultura!”, da Casa do Teatro em parceria com a Itaipu Binacional, e que também conta com o apoio do Núcleo Regional de Educação. Tal projeto tem como foco a formação de agentes contra a violência na juventude. Aproveitem à oportunidade de curtir um bom espetáculo e prestigiem essa iniciativa!  

Espetáculo “Girassóis”
Quando: sexta-feira, 15:30 e 20:00 horas
Onde: Teatro Barracão (Av. Rep. Argentina, 4331, Praça da Bíblia – Jd. São Paulo)
Contato: (45) 3572-1473

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Baile funk e debate movimentarão Foz do Iguaçu

No próximo sábado dia (23/09) a cidade de Foz do Iguaçu vai receber uma apresentação de funk carioca, com os mestres de cerimônia Junior e Leonardo do Rio de Janeiro. Apresentaram as músicas que caíram no gosto do povo o Rap das Armas e Ta Tudo Errado, trilhas sonoras dos filmes Tropa de Elite e Tropa de Elite 2.

            Já na estrada há 15 anos, gravaram com Tihuana, Fernanda Abreu e Monobloco. Fazem parte da Apafunk – Associação dos Amigos e Profissionais do Funk. Além da apresentação dos dois MCs, terá a participação de outros funqueiros como: MC Teko, autor de Minha Conduta, MC Pingo, e dos DJs: Duda e Marcelo Negão, que iram tocar desde o funk raiz até os sucessos mais recentes.

            No domingo dia (24/09) a partir das 16:00, Apafunk realizará um ato público que acontecerá no Teatro Barracão que fica localizado na Praça da Bíblia. Discutindo a atual organização do movimento funk carioca e seus rumos, a atuação social nas comunidades, carceragens e escolas públicas. Colocando em foco a questão dos direitos humanos que foi bem posto no filme Tropa de Elite 2. O presidente da Apafunk MC Leonardo abordará assuntos referentes a criminalização do pobre e a perseguição que é feita em torno dessa população.

 

http://www.megafone.inf.br/jornalismo/noticias/2270-baile-funk-movimentara-foz-do-iguacu.html

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quadrilha "exportava" mulheres da fronteira ao Chile!

O Ministério Público do Paraguai divulgou, na quarta-feira (22/09), a descoberta de um esquema de tráfico e exploração sexual de mulheres pobres residentes na região fronteiriça, enviadas ao Chile sob falsas promessas de empregos como zeladoras ou babás. Nas Três Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, o tráfico de pessoas tem como alvo, principalmente, jovens mulheres dos bairros pobres de Ciudad del Este ou das empobrecidas áreas rurais da província argentina de Misiones. Na quinta-feira (23/09), recorda-se, internacionalmente, o Dia contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, criado em 1999 durante uma conferência mundial realizada em Bangladesh.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Perigo: Crianças na pista!


O Fronteira Zero traz hoje uma noticia divulgada no site do departamento da Policia Rodoviária Federal, no dia 06 de outubro de 2010, onde é apresentado o novo Mapeamento de Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais 2009/2010. O documento foi elaborado em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, a Organização Internacional do Trabalho, e a Childhood Brasil.
O relatório traz dados alarmantes em relação a nossa região das Três Fronteiras, quando retrata que dos 1.820 pontos das rodovias federais onde pode ocorrer exploração sexual de menores 168 estão localizados no Paraná, sendo que 67 deles na BR-277 entre Paranaguá (por se tratar de região portuária) e Foz do Iguaçu (por ser uma cidade de Fronteira). Em outros termos, a BR – 277 concentra 40% dos pontos de risco de todo o Paraná.
Em se tratando de exploração sexual de crianças e adolescente, tal situação é uma das mais preocupantes em relação à violação de direitos humanos. Os números são visíveis e a inquietação é gritante. No entanto, quais as ações do departamento, dos órgãos acima mencionados e das autoridades locais em reverter tal situação principalmente na região de fronteira? Mostrar que a policia está cada dia mais eficiente, quanto à elaboração de estatísticas e números?
A exploração sexual de crianças e adolescente crescente na contemporaneidade vista como uma expressão da “questão social” reflete o descaso do poder público em garantir a este segmento serviços básicos e essenciais de educação, saúde, transporte, saneamento básico, moradia, cultura e lazer, direitos que garantiriam seu desenvolvimento pleno e saudável, evitando assim a inserção destes no mundo obscuro e subterrâneo da exploração sexual, aliados muitas vezes ao crime, a violência e a adição de drogas licitas e ilícitas.
Queremos ações, políticas sociais públicas eficientes que vão de encontro com a prevenção de tais situações, ao invés de apenas tentar curar ou minorar a ferida já exposta. Sem querer cair no extremismo, os dados apontados pelo mapeamento realizado devem ser utilizados pela sociedade civil para que a mesma tenha a possibilidade de trabalhar e saber “cobrar” o pode público e também através de iniciativas de proteção e promoção à infância e a adolescência, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, não apenas melhorando o problema temporariamente, mas tentando reverter o quadro já exposto.
A situação é esta, crianças “adulteradas” prematuramente, vendidas, exploradas, e usadas como meio de sobrevivência ou até mesmo de beneficio financeira de muitos aliciadores. Que insanidade é esta neste mundo de exploração do “homem pelo homem”, em que amamos as coisas e usamos as pessoas? Por isso, não se cale! Denuncie qualquer forma de exploração, violação, abuso de autoridade ou negligencia em relação a crianças e adolescentes – Disque 100!

Segue o link para a noticia e acesso ao mapeamento:



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fechamento da Semana

O preço da não ressocialização.
 Nesta semana foi publicada em um jornal local, matéria referente ao custo que cada detento gera aos cofres do estado. O cálculo realizado pelo Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN) indica que cada preso onera os cofres em R$ 1.274 mensalmente. Fazem parte desta conta os gastos com folha de pagamento dos servidores penitenciários, assistência material (alimentação, uniforme dos presos, etc.), assistência educacional, qualificação profissional, assistência psicológica, gastos com estrutura, entre outras.
Quando a mídia anuncia o custo que cada preso gera ao estado a sociedade fica indignada, afinal, segundo entendimento de muitos, os detentos deveriam arcar com seus próprios gastos e não gerar dívida para a sociedade. Se analisarmos, será visto que o custo de um cidadão preso equivale a 2 salários mínimos e meio, valor este que não chega à casa de muitas famílias em nosso país.
Nesta linha de raciocínio chegamos a três pontos distintos: de um lado temos cidadãos fora dos padrões sociais que cometeram algum crime, excluídos afim de se ressocializarem; do outro uma sociedade que os enxergam como despesa; e por fim, um estado ineficiente que onera a sociedade, mas não é capaz de fornecer condições mínimas de reintegração social aos cidadãos retidos.
Como conseqüência da ineficiência do estado, nas penitenciárias, os detentos passam por um processo de desumanização (precariedade) tão grande que quando retornam ao convívio social tem dificuldade para se readaptar.
Pelo fato de não terem tido um preparo adequado para levar uma vida normal perante a sociedade estes detentos acabam reincidindo. Dessa forma, o Estado acaba pecando quanto à capacitação profissional e educação, itens capazes de proporcionar condições para a ressocialização. Nisso a sociedade sente-se lesada por ver seus impostos sendo revertidos para alguns cidadãos  que nunca se reabilitam. Este processo em que se encontra o sistema penitenciário é um verdadeiro ciclo vicioso. Para finalizar esta discussão, questionamos à omissão e falta de eficiência dos órgãos públicos nesta relação de preso/sociedade, ao invés de criticar o custo que cada preso gera.

Por falar em dinheiro...
            As casas lares de nossa cidade estão com dificuldade de desenvolver suas atividades por questões financeiras. Como consequência disso, algumas destas casas acabam tendo que diminuir o número de crianças atendidas, porém, a demanda por estes estabelecimentos é bem maior que o número de vagas ofertadas em nossa cidade, gerando assim uma demanda para ser atendida.
Nestes espaços são desenvolvidos trabalhos com crianças em condições de vulnerabilidade / risco social , com o intuito de proporcionar condições básicas de vida, saúde, educação, segurança social, alimentação, recreação e desenvolvimento integrado a sociedade. Para que esses abrigos voltem a ter fôlego financeiro, a prefeitura municipal terá que aumentar o repasse das verbas, afinal as nossas crianças em condições de risco também devem ser prioridade para a Administração Pública.

A greve bancária em Foz acabou.
            Os bancários de Foz e região decidiram acatar a contraproposta da Federação Nacional de Bancos (FENABAN) e encerrar a greve. Quando a greve foi iniciada a categoria pedia um reajuste de 11% nos salários. A contraposta da FENABAN, aceita pelo sindicato, foi de reajuste de 7,5% nos salários dos empregados que recebiam, em agosto de 2010, remuneração fixa mensal de até R$ 5.250,00. Para os salários acima de R$ 5.250,00, adição de R$ 393,75, com garantia mínima de 4,29%. Reajuste de 7,5% para todos os benefícios. Para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi proposta a mesma regra da convenção 2009/2010, com correção de todos os valores em 7,5% e, para o limite individual da parcela adicional, um índice de correção mais elevado, passando de R$ 2.100,00 para R$ 2.400,00.

A Saga do Transporte Coletivo – Parte II
            Tramita na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu projeto de lei que visa extinguir a Bilhetagem Eletrônica na cidade. Segundo autor do projeto, os principais interessados, que no caso seriam os munícipes, não concordam e não aceitam as inovações, por isso ele propõe que o município retome a forma antiga de cobrança.       Desde a sua implantação este novo sistema de bilhetagem gera opiniões divergentes, alguns acreditam que este sistema em médio prazo gerará desemprego, haja vista a pouca utilização dos cobradores neste novo processo, além disso, os estudantes também foram prejudicados. O estudante que faz a carterinha do transporte coletivo paga metade do valor cobrado para os demais, entretanto, só poderá utilizar o transporte  no período que compreende o horário de aula, desta maneira, se o aluno se dirigir até o estabelecimento de ensino em que estuda no contraturno para realizar uma pesquisa, terá que pagar valor integral na passagem. Cabe lembrar que estudantes matriculado nos cursos técnicos oferecidos nas escolas públicas não têm direito a este benefício.
            Apesar dessas críticas o novo sistema possui algumas vantagens, dentre elas destacamos a diminuição de circulação de dinheiro nos ônibus, tornando esse espaço menos atraente para a prática de furtos. Assuntos referentes ao transporte coletivo estão sendo muito comuns em nossa cidade, entretanto, benefícios como passe livre para estudantes e coisas do tipo acabam sempre sendo deixados ou para depois, ou nunca são aprovados.

domingo, 17 de outubro de 2010

Hoje é Domingo! Dia de Bate Papo!

Como de costume, domingo é dia de bate papo e hoje a conversa é com a banda de Metal/Hardcore Error. O grupo iniciou suas atividades em janeiro de 2007, é nascida em Foz do Iguaçu – Paraná. Formada por 4 (quatro) amigos,  Ibrahim O. Hamed (vocal), Cesar Winkler (guitarra), Rodrigo Guedes (baixo) e Robson Rafagnin (Bob) (bateria), tocam um som pesado, agressivo e rápido, mas sem perder as raízes do metal e a crítica do hardcore. Com letras fortes e diretas indo de encontro aos anseios de uma cidade e de uma sociedade que cada vez se vê mais individualista e apática a realidade.

Como a banda foi formada e por quê?
A banda foi formada como a maioria das bandas, um grupo de amigos que se juntaram pra tocar o som que curte, e quando as coisas começaram a dar certo começamos a levar tudo mais a sério. O porquê de termos a banda foi mais para se divertir, tocar o som que curtíamos ouvir.
 
Em que vocês se inspiram para fazer as músicas?
Na real mesmo o que nos inspira é a galera nos shows, não tem dinheiro que pague. Quando tocamos um som novo nos shows e a galera curte, creio que não tenha algo que  nos dê mais inspiração.

 O que a banda tenta transmitir com as músicas?
A principal mensagem que levamos é que tudo que acontece que seja bom ou ruim é resultado de escolhas, tudo depende de você e tudo volta de alguma forma contra você, a idéia inicial era transmitir tudo isso com muito peso nas músicas para que os shows sejam uma espécie de descarrego!

 Vocês já tocaram em vários lugares do Brasil na Argentina e no Paraguay, como foi a relação de vocês com os paises vizinhos?
A relação com nossos “hermanos” tanto do Paraguay como Argentina sempre foi muito boa, sempre nos receberam com muito respeito e igualdade, e nunca faltou cervejas!

Todos vocês se dedicam especialmente à banda, ou tem outras atividades paralelas?
Estamos nos dedicamos inteiramente a banda, somos ricos, famosos e cheio de mulheres, não precisamos de trabalho, nossa vida é tocar, se divertir e encher a cara
BRINCADEIRA, nós temos nossas atividades paralelas sim, e precisamos disso, todos trabalham e tem outras atividades.

Com relação ao movimento underground de Foz do Iguaçu o que vocês vêem?
Na real todos reclamam do underground de Foz, que antigamente era isso, e aquilo, mais bem esses que reclamam não fazem por merecer, é lógico que antigamente era mais forte o underground, mais se você corre atrás e faz acontecer tudo muda, é só fazer sua parte sem esperar nada dos outros.

 Na vivência das três fronteiras o que vocês acham da integração?
Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu e Ciudad Del Este, dependem um do outro, isso não é novidade, em vários aspectos se acontece algo com alguma dessas cidades as outras param e dizer que isso não acontece e ser totalmente hipócrita, e sem a união dos 3 países tudo seria muito mais difícil.

Algum integrante da banda tem algum vinculo partidário ou com algum movimento social?
Nenhum de nós é envolvido com vinculo partidário nenhum, na real odiamos tudo isso, e temos motivos para odiar, tem muita gente que em época de eleição corre atrás, juram trabalhar pelo underground de Foz, tratar a cultura com cuidado especial, prometem até a mãe, e quando alcançam o poder, simplesmente esquece de tudo, isso vem se repetindo por muito tempo, a galera não é burra, e fica mais atenta a isso, mais com certeza se tivesse algum movimento que trabalhasse com dignidade e respeito ao underground nós iríamos apoiar.

Quais são os planos para o futuro?
Estamos gravando um EP seguido de um CD, estamos marcando uns shows para divulgar o cd novo, começo do ano que vem já liberamos o monstro que estamos criando!

Para terminar, deixe uma mensagem para o pessoal das três fronteiras.
Valeu pelo espaço, parabéns pelo trabalho que vocês estão fazendo, é muito importante denunciar as merdas que acontece por aqui, tem muita gente que já deve estar se mordendo.
A galera que acompanha a gente fique ligado que tem muita coisa boa por vir, com certeza vamos surpreender muita gente com o monstro que estamos criando, aos poucos vamos soltando nosso veneno, e a galera que só sabe falar e não fazer nada continuem assim que vocês nos deixam mais fortes!

Segue os link´s para quem tem interesse no som: 










sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Paraguai lança campanha contra o tráfico de pessoas

A fim de divulgar artigos e reportagens que retratem a realidade social das Três Fronteiras, apresentamos e divulgamos a campanha lançada pelo governo do Paraguai na última quinta-feira (14), “Minha vida vale e não tem preço”, coordenada pela Secretaria da Mulher, que tem como objetivo, combater o tráfico e a exploração de seres humanos no país. A reportagem feita pelo Sopa Brasiguaia, apresenta um pequeno questionamento, onde mostra as Três Fronteiras, como a região de maior foco para o recrutamento de vítimas dessa exploração, condições sociais de pobreza e processos migratórios são apontados nessa perspectiva. 
Segue abaixo o link da matéria:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Diga Não ao Bloqueio de Blogs!

Seguindo o intuito do Fronteira Zero em defender os direitos humanos e a liberdade de expressão, deixamos claro que não concordamos com o bloqueio dos blogs e de outros veículos de comunicação social que utilizam a internet como ferramenta de divulgação. As grandes corporações e empresários alegam tais endereços eletrônicos trazem conteúdos impróprios e maliciosos além de vírus capazes de infectar os computadores. Diferentemente, acreditamos que existem pessoas sérias que trabalham com blogs, informando e construindo redes sociais que vão além das pautas comerciais visualidades nos grandes meios de comunicação. Por isso, deixamos claro “d







segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fechamento da Semana. 10/10/10


Relembrando a chacina...

            No dia 07/10 ocorreu uma manifestação contra a violência e um ato pela chacina do Bairro Porto Belo, no qual 4 (quatro) jovens foram assassinados cruelmente por nove sujeitos encapuzados. No decorrer da manifestação houve apresentações artísticas da Companhia Casa do Teatro, show de rap e uma breve explanação sobre os direitos humanos. Junto a tudo isso, ocorreu ainda um sarau onde a comunidade pode expressar suas angustias.

Categoria unida é outra coisa

Há 10 (dez) dias o sindicato dos bancários de Foz do Iguaçu optou por entrar em estado de greve com vistas a pressionar o Fenaban – Federação Nacional dos Bancos. Com este ato que é nacional, o sindicato busca reivindicar um índice de 11% nos salários, uma vez que os bancos ofereceram apenas 4,29% de reajuste.
Em nossa cidade a greve atingiu todos os bancos da cidade gerando um grande desconforto para os clientes que necessitam deste serviço diariamente. Como esperado, o fluxo nas Casas Lotéricas aumentou consideravelmente e chega a imitar as grandes filas dos bancos. Apesar de todo o transtorno causado a população, observamos que a reivindicação do sindicato é legitima já que o direito de greve é constitucional. Vemos que a greve é uma das poucas ferramentas que as categorias organizadas possuem para reivindicarem seus direitos e esse direito certamente deve ser usado sempre que os trabalhadores se sentirem prejudicados.

A saga do transporte coletivo em Foz

Quem acompanha os jornais locais e as matérias vinculadas no site da câmara Municipal de Vereadores de Foz do Iguaçu percebe que existem divergências entre o legislativo e o executivo nas questões do transporte coletivo da cidade. Os vereadores tentam barrar a licitação feita pela prefeitura alegando que alguns itens da lei municipal não esta sendo cumpridas. Segundo matéria divulgada no site da Câmara Municipal, os itens conflitantes encontradas pelos vereadores quanto à licitação são: “no Edital publicado pela Prefeitura, a proposta deve ser de melhor técnica e maior oferta, ou seja, para ganhar a licitação, a empresa deve cumprir requisitos técnicos, além de oferecer uma maior outorga. Entretanto, reza a Legislação a empresa ganhadora deve oferecer a melhor técnica e menor custo; - também indica a Lei que o prazo de concessão não deve ultrapassar dez anos, enquanto que o edital de Concorrência Pública 05/2010 prevê 15 anos de concessão; - a terceira contradição existente no Edital da Prefeitura está no estabelecimento de lote único como critério de execução de serviço, ao passo que, a Legislação Municipal vigente estabelece quatro lotes operacionais, não podendo uma mesma empresa operar mais de um lote”.
Apesar deste impasse entre as esferas municipais, a prefeitura já lançou esta semana o resultado da licitação do transporte coletivo, falta à organização ganhadora apresentar os documentos e assinar contrato e viver feliz por mais 15 anos... Por falar em transporte, os nossos estudantes terão o passe livre quando???

Projeto de lei gratificando os professores pelo índice do Ideb foi aprovado

Foi aprovado na câmara dos vereadores de Foz do Iguaçu projeto de Lei que autoriza o pagamento do Prêmio por resultados como forma de gratificação aos servidores da educação pelo aumento do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Esta gratificação terá como base o último vencimento do servidor acrescido das vantagens permanentes e será paga proporcionalmente ao índice obtido pelo estabelecimento, ou seja, para as escolas que alcançaram índices de 25% ou mais, se comparado ao último IDEB, o beneficio será integral, aos demais, a gratificação será proporcional. Os estabelecimentos que não alcançaram um índice de pelo menos 17%, não serão premiados.
A justificativa do poder executivo quanto à premiação foi que “é inegável o aumento da produtividade e redução de custos, considerando-se que o maior beneficiado com a elevação do IDEB foram as crianças do município, que tiveram intensificada sua permanência na escola, através das atividades desenvolvidas em contra-turno, aulas de reforço, visando a integração com os diversos segmentos que contribuem para formação do cidadão, bem como o aprimoramento de sua capacidade de aprendizagem, afastando estas crianças de ambientes não salutares para seu desenvolvimento e conseqüentemente reduzindo custos para o município em gastos com saúde pública e segurança, pois investiu-se em prevenção”.
Ao analisarmos esta justificativa podemos observar uma tendência neoliberal também na educação publica. Gratificações por desempenho é muito comum nas grandes empresas multinacionais que  buscam o crescimento econômico, entretanto, por se tratar de educação os objetivos são outros e chegam a ser conflitantes com os buscado pelas empresas. Talvez medidas como estas gerem uma busca pelo índice puramente (status e vantagens financeiras para quem o conquista), contrapondo-se aos objetivos sociais da escola. Sem contar que é injusto gratificar alguns e não a outros, levando em consideração as particularidades de cada região e a dificuldade de se desenvolver trabalhos pedagógicos, tendo em vista os problemas sociais regionais, que certamente não diminuem na velocidade dos índices.
Para finalizar, se querem valorizar o profissional da educação pelo bom desempenho, comece por melhorar o salário inicial da categoria, aumentar a hora-atividade, diminuir os alunos em sala e mantendo uma equipe multidisciplinar para acompanhar os casos especiais. Assim, além de números, as escolas poderão apresentar a sociedade uma educação pública e realmente de qualidade.

domingo, 10 de outubro de 2010

Hoje é Domingo! Dia de Bate Papo!

 Entrevista com o Professor Lindomar

 José Lindomar Coelho Albuquerque, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (1997), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2000) e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2005). Participou do programa de pós-doutorado do CEBRAP. Atualmente é professor adjunto de Sociologia do curso de Ciências Sociais, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: empresários, estado, migração, identidade, nação e fronteiras.

Professor, como ocorreu seu processo de aproximação com a realidade da fronteira do Brasil com o Paraguai e mais especificamente com a discussão dos brasiguaios?
Começou em 2002, estava no primeiro ano do Doutorado em Sociologia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Tinha entrado no doutorado para pesquisar outro tema bastante diferente, os institutos e fundações privadas no interior das universidades públicas. Entretanto, no primeiro semestre de 2002 cursei uma disciplina sobre a Construção das Nacionalidades, com o professor Manoel Domingos. A partir das reflexões teóricas sobre as nações modernas e seus processos de invenção e imaginação, comecei a pensar num estudo situado em alguma região de fronteira entre o Brasil e um país vizinho. Tinha interesse em fazer um estudo que envolvesse os conflitos geopolíticos em torno da construção de Itaipu, já tinha feito algumas leituras sobre este assunto. No segundo semestre de 2002, organizei e realizei uma viagem para conhecer Itaipu,  Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Nesta primeira visita, o que mais me impressionou não foi Itaipu, mas justamente o comércio e a multidão de pessoas em Ciudad Del Este. Muito empolgado, queria fazer um trabalho sobre a sociedade paraguaia. A temática específica dos brasiguaios apareceu um pouco por acaso. Antes de voltar para Fortaleza, fiz uma viagem de ônibus para conhecer Curitiba, nesta viagem sentou ao meu lado um senhor que vivia já a bastante tempo no Paraguai e durante toda a viagem fomos conversando sobre sua experiência de vida no país vizinho. Voltando para a Fortaleza, decidi então fazer minha tese sobre os brasiguaios. Voltei a fronteira nos anos seguintes (alguns meses de 2003, 2004 e 2005) para realizar minha pesquisa de campo, especialmente nas cidades de Santa Rita e San Alberto, no departamento de Alto Paraná.

Em linhas gerais, quais são os principais fatores do processo migratório dos trabalhadores rurais do Brasil para o Paraguai?
Os processos migratórios são sempre dinâmicos e com profundas variações no tempo e no espaço. Nunca podemos achar que um determinado fator econômico ou geopolítico explica a lógica de um amplo movimento de pessoas como foi o caso da grande travessia de brasileiros para a região leste do Paraguai na segunda metade do século XX e primeira década do século XXI. Como são inesgotáveis os motivos e as intenções individuais daqueles brasileiros que foram viver no Paraguai, o que gostaria de acentuar são alguns fatores econômicos, sociais e políticos que explicam em parte esta grande diáspora: 1) a questão da concentração da propriedade da terra nos estados do sul do Brasil com o desenvolvimento e mecanização do capitalismo no campo e a expulsão de muitos tipos de trabalhadores rurais (diaristas, agregados, pequenos produtores e outros); 2) a facilidade de compras de terra do lado paraguaio (especialmente o preço da terra e tributos mais baratos), facilitada pela política de colonização da região leste implementada pelo ditador Alfredo Stroessner;  3) a construção de Itaipu e seus efeitos sociais, particularmente o êxodo daqueles que tiveram suas terras indenizadas pela Itaipu no raio de construção do Lago de Itaipu e de vários trabalhadores que estiveram na construção desta usina que também foram ganhar a vida do outro lado da fronteira; 4) O agronegócio do complexo da soja no Paraguai e o crescimento de cidades que antes eram colônias rurais dos pioneiros brasileiros no país vizinho. Este processo econômico tem atraído, nas últimas décadas, novas ondas migratórias, particularmente de jovens brasileiros de cidades próximas à fronteira, que vão para estas pequenas cidades paraguaias trabalhar no setor de comércio e serviços, bem como montar seus próprios negócios; 5) o comércio de reexportação de produtos importados nas principais cidades fronteiriças, especialmente Ciudad del Este, Salto de Guairá e Pedro Juan Caballero, e as redes de comércio e serviços que se estabelecem entre estas cidades e as cidades brasileiras, além das redes com as cidades de forte presença de brasileiros no interior do Paraguai. Todas estas transformações comerciais da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, especialmente nas três últimas décadas, tem diversificado o fluxo migratório e as formas e tipos de trabalhos nesta ampla região fronteiriça. Muitos destes fatores estão interligados e acompanham as profundas alterações na sociedade paraguaia entre uma economia centrada na agricultora e pecuária para uma economia alicerçada no comércio e serviços em cidades fronteiriças. 

Levando em consideração a manutenção de tradições brasileiras e a adaptação em uma nova realidade no Paraguai, como ocorre a construção da identidade dos brasiguaios?
Um dos aspectos mais complexos dos processos migratórios é justamente este entre a manutenção de tradições do lugar de origem e a adaptação na terra de destino. As pessoas que migram guardam suas memórias, seus aprendizados culturais, seus símbolos e mitos da terra natal. Como vivem geralmente pensando também em um eterno retorno, muitas vezes adiado, justificam sempre a importância de manter a cultura e pertencimento ao seu lugar de origem. Ao manter estes laços com a pátria, podem facilmente ser mal vistos pelas pessoas do lugar de destino como grupos fechados, guetos, enclaves culturais que não se adaptam à cultura local. Tudo isso fica mais complexo e tenso, se estes imigrantes disputam e concentram recursos econômicos fundamentais neste lugar de destino. No caso dos brasileiros no Paraguai, acontece tudo isso e é justamente neste jogo de interesses e campo de disputas econômicas, políticas e simbólicas que se constrói a identidade brasiguaia. O termo brasiguaio surge no contexto de abertura política e de luta pela terra, o termo foi acionado para se referir àqueles brasileiros que estavam voltando do Paraguai em 1985 e não tinham terras e nem direitos fundamentais da cidadania no Paraguai e no Brasil. Eles desejavam adquirir terras no seu país de origem por meio da reforma agrária.  Depois esta palavra se generalizou, particularmente através da grande imprensa, para nomear todos os brasileiros que vivem no Paraguai. Entretanto, muitos brasileiros que vivem no país vizinho não se auto-denominam brasiguaios e nem aceitam serem classificados com tais. Quando saímos deste plano da generalização e observamos a heterogênea imigração brasileira no país vizinho, percebemos que a identidade brasiguaia adquire variados sentidos: poder ser interpretada como os brasileiros pobres que foram para o Paraguai e estão voltando para o Brasil, ou o oposto disso, pode ser vista como os brasileiros ricos, sojeros, que estão destruindo o meio ambiente e expulsando os camponeses de suas terras por parte das lideranças camponesas paraguaias; além disso, às vezes aparece somente para designar os filhos e netos dos imigrantes pioneiros que já tem a dupla cidadania e dominam o idioma português e espanhol. Quando pensamos nos brasiguaios como os descendentes de imigrantes brasileiros que já nasceram no Paraguai, percebemos já muitos sinais de adaptação a esta cultura fronteiriça no modo de falar, nas misturas idiomáticas, no jeito de tomar o tererê etc. Portanto, esta identidade pode ser negociada, negada e afirmada conforme a situação, como as demais identidades também. Os brasileiros bem sucedidos economicamente no Paraguai evitam serem chamados de brasiguaios porque interpretam que os brasiguaios são os “pés raspados”, o que não conseguiram se dar bem no Paraguai. Muitos deles se autodenominam brasileiros ou paraguaios, conforme também os interesses em jogo e a relação com outro (brasileiro ou paraguaio). Por outro lado, esta identidade brasiguaia é bastante acionada do lado brasileiro no campo da prestação de serviços sociais de saúde e educação e no momento de disputas eleitorais, há sempre o cálculo dos votos dos “brasiguaios”.

Como você vem observando os conflitos no campo que estão ocorrendo no Paraguai, onde os brasileiros estão diretamente envolvidos?
Desde 2002 venho acompanhando estes conflitos e através de reportagens jornalísticas sabemos que eles aconteceram em vários momentos da década de 1990, portanto, não são de hoje. Eles se intensificam em épocas de tensões com as medidas políticas do Brasil na região da fronteira que são vistas como prejudiciais à sociedade paraguaia (“controle do contrabando e narcotráfico”, Tratado de Itaipu, acusação de febre aftosa vinda do Paraguai etc.) e em momentos chaves de redefinição política no país vizinho, como no atual governo do presidente Lugo que rompeu com mais de sessenta anos de governo do Partido Colorado. Vejo sempre com muita preocupação os atos violentos que envolvem a eliminação de vidas de seres humanos, sejam “brasiguaios” ou campesinos paraguaios mortos nestes conflitos. Nestes casos de conflitos armados, sou favorável uma intervenção mais decisiva do Estado paraguaio na prevenção, controle e proteção às famílias diretamente envolvidas nestes conflitos, bem como uma maior preocupação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com estes brasileiros que vivem ameaçados de morte do outro lado da fronteira. Num sentido mais amplo, sou favorável a existência de conflitos e formas variadas de luta pela terra e pelo fim do latifúndio. Os conflitos sinalizam lutas sociais mais profundas e a necessária reivindicação da reforma agrária que precisa ser feita nos dois países. Os conflitos, aqueles que não se reduzem a práticas xenófobas e a eliminação física e simbólica do outro, são saudáveis e apontam para as críticas importantes relacionadas às injustiças sociais nesta região de fronteiras.

Em sua opinião, como a gestão do presidente Lugo interfere nesse processo de organização de milícias por parte da população na defesa de uma suposta soberania paraguaia na utilização da terra?
A eleição do presidente Lugo em 2008 e seus discursos de campanha alimentaram muitas crenças nos setores populares na possibilidade de efetivação de uma justiça social naquele país tão desigual. A realização de uma reforma agrária era uma de suas metas principais, conseguindo inclusive o apoio de muitos movimentos e entidades ligadas aos camponeses que lutam pela terra. As alianças governamentais, os escândalos morais e políticos, bem como a reprodução de velhas práticas políticas destruíram muitas crenças fortalecidas no período eleitoral e podem ser vistos como motivações importantes que possibilitaram a radicalização de movimentos e “milícias” armadas que passam a lutar violentamente pela terra e pela soberania do país vizinho. O grande problema é que em nome da terra e da soberania, estes grupos armados alimentam práticas xenófobas e destroem a vida de brasileiros inocentes que construíram honestamente suas vidas no país vizinho. Estes grupos armados precisam ser controlados o mais rápido possível.

Para finalizar, em outubro o professor estará em Foz do Iguaçu e região para uma série de atividades. O que está sendo planejado?
Estarei no dia 27 de outubro na Universidade de Integração Latino-americana (UNILA) para uma palestra e para lançamento do meu livro fruto de minha tese de doutorado: A dinâmica das fronteiras: os brasiguaios na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, publicado nesta ano de 2010 pela editora Annablume. Sempre um prazer voltar a Foz e visitar novamente a região, poder discutir as idéias do livro e visitar os novos amigos que a gente vai conquistando durante as trajetórias de nossas pesquisas, sempre bom trocar idéias e aprender sempre com a complexidade da vida nesta região de tantas fronteiras.  



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Manifesto contra a violência e ato contra a chacina no Porto Belo

Dia 07/10 às 19h30min foi promovido o manifesto contra a violência, no Colégio Carmelita, organizado pelo CDHMFZ – Centro de Direitos Humanos e Memória de Foz do Iguaçu. O evento relembrou a chacina que houve há exatos quatro anos atrás, onde quatro adolescentes foram assassinados cruelmente no bairro Porto Belo, por nove policiais, sob a alegação de que os jovens estariam portando armas e faziam tráfico de drogas no município. Parentes e amigos dos jovens assassinados compareceram ao evento na esperança de que seja feita a justiça.
O Fronteira Zero compareceu ao ato de manifestação, onde estavam duas mídias da cidade fazendo uma “cobertura” sobre o evento. O manifesto contou com apresentações artísticas da Companhia Casa do Teatro, uma breve apresentação do coordenador da Fundação Nosso Lar e um dos membros da diretoria do CDHMFOZ, quando colocaram em foco a questão dos direitos humanos e os abusos de autoridades enfrentados nas Três Fronteiras. No terceiro momento houve uma banca de Rap, onde foram apresentadas músicas que retratam o cotidiano na fronteira e as frustrações da vida de viver em um país onde as leis nunca se aplicam a quem realmente merece, remetendo-se somente aqueles que “protegem” a lei, como diz na música da banda Dead Fish “sou eu que tomo bala dos que deviam me defender”.
A impunidade soma-se ao desinteresse das autoridades, e acaba por mais uma vez confirmar a ideia da Justiça injusta brasileira. A violência é posta como a única forma de resolver os problemas sociais, deixando à mostra a precariedade das políticas públicas, refletida na desigualdade social promovida pelo dito “sistema democrático” em que vivemos.
Nesse sentido, devemos ressaltar a importância de ações como esta, que manifestam a indignação da sociedade, muitas vezes mascarada e manipulada por ideologias majoritárias que negam suas raízes sociais.
            Muitas mães choram por seus filhos enterrados, e outras choram por seus filhos perdidos no mundo da criminalidade, aqueles que não encontram lugar na sociedade individualista atual. O caso da chacina do Porto Belo infelizmente é só mais um entre tantos que ocorrem em Foz do Iguaçu, Brasil, América Latina e acabam caindo no esquecimento ou nos arquivos empoeirados de um fórum, mas para lembrar e perturbar esse sistema no qual só os grandes e os intocáveis ganham, a sociedade civil tem que se mostrar crítica, reivindicadora à frente dos movimentos.
 “O povo tem a força, só precisa descobrir, se eles não fazem nada, faremos tudo daqui.” (Rap da Felicidade).
 Parabéns a CDH - Foz do Iguaçu!