sábado, 2 de outubro de 2010

Fechamento da Semana


          Amanhã, 03 de outubro, será o dia em que milhares de brasileiros estarão se dirigindo até as urnas para legitimar a candidatura de seus preferidos. Já apresentamos algumas matérias abordando questões relativas ao voto consciente, entretanto, por se tratar de um momento histórico, a coluna desta semana continuará abordando o tema, melhor dizendo, problematizando o tema.

Começamos assim...
          Os brasileiros já estão descrentes com a política de nosso país. A insatisfação é gritante, não vemos mais tanta empolgação na hora do voto. Mesmo assim somos guiados por um sentimento de mudança que a cada eleição se renova. Tudo isso é fruto da corrupção que arrancou a credibilidade dos nossos partidos políticos, assim como as trocas de bandeiras partidárias e ideológicas que nos fizeram incapazes de analisar com perfeição quem é o que. Já imaginou os jogadores de um time de futebol entrar em campo com a camisa da equipe adversária? Difícil né? Pois é, mas entre alguns partidos políticos isso acontece e com uma naturalidade assustadora. Trocar de ideologia para alguns é como trocar de namorado(a) na pré adolescência, ou seja, questão de momento. Esse troca-troca partidário acaba desqualificando candidatos e partidos agravando ainda mais o problema da descrença. Mesmo assim, gostando ou não gostando tem que votar, afinal é obrigatório. Poderíamos neste momento colocar em xeque a “tal democracia” que nos rege, mas melhor não! Vamos analisar apenas o momento histórico.

Já pensou se mais da metade dos eleitores votassem nulo?
          Por conta da descrença mencionada anteriormente o voto nulo acaba se tornando uma opção para as pessoas que de certa forma desqualifica os partidos apresentados. Votar nulo significa protesto/repudio contra o que se apresenta. Até aqui perfeito, como mencionado, estamos numa “democracia” que nos coagi a votar, mas permite anular o voto. Imaginamos agora que mais da metade da população votante anulasse o seu voto, o que será que aconteceria? Seria a revolução proletária? Os partidos políticos substituiriam todos os seus candidatos por uma legenda mais honesta? Mostraríamos para o governo que nos cansamos de ser maltratados? Infelizmente e para tristeza de alguns que insiste nesta conversa, estas ações ditas acima, poderão acontecer, mas não será por meio do voto nulo. Vejamos o que diz a lei eleitoral: “Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”. Este é o artigo da lei que faz menção ao voto nulo e que poderia ser usado para incentivar uma revolução nas urnas, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não entendesse que essa nulidade só invalida as eleições quando os votos são anulados por causa de alguma fraude que determina sua desconsideração, assim, se mais de cinqüenta por cento dos votos forem nulo, prevalecerá à escolha daqueles que votaram em algum candidato.

Ferramentas digitais úteis para cidadãos conscientes
 Já vimos que a população tem bons motivos para estar descontente com os candidatos que se apresentam como o “salvador da pátria”, foi analisado também que o voto nulo não legitima alterações mais drásticas no cenário político brasileiro, desta forma, o cidadão fica meio sem saída. Por esta razão, o voto consciente junto com o acompanhamento do mandato dos candidatos torna-se itens indispensáveis para uma melhora no futuro político do país. Da forma como o Estado está organizado, a corrupção, por exemplo, só poderá ser vencida nas urnas, tarefa difícil? Seguindo a linha do voto consciente apresentamos agora algumas ferramentas digitais que foram criadas para auxilio tanto na escolha dos candidatos, visualização de suas principais ações, bem como nas reivindicações periódicas que o cidadão deve fazer.

Extrato Parlamentar: http://extratoparlamentar.com.br, esse site busca mapear a afinidade do usuário com deputados federais a partir da maneira como se comportaram em votações relevantes nos últimos anos de mandato.

Urbanias: http://www.urbanias.com.br/, o eleitor/usuário posta suas reclamações numa plataforma Google e a equipe do site faz a intermediação junto aos órgãos públicos. Esse site oferece este serviço apenas para a região de São Paulo, mas nada impede de nós iguaçuenses criarmos uma ferramenta parecida. 

Vote na Web: http://votenaweb.com.br, nesta pagina encontra-se reunido os projetos em votação no Congresso Nacional. O usuário pode inclusive dar seu voto simbólico e compará-lo com os votos dos parlamentares, com isso, é possível ver se os discursos políticos estão alinhados com a prática.

Adote um Vereador: http://vereadores.wikia.com, neste endereço o usuário, eleitor consciente, adotará um vereador para tomar conta durante os quatro anos de mandato, ou seja, durante este período o usuário terá o compromisso de postar notícias e questionamento para esse vereador.           

Transparecia Brasil: http://www.transparencia.org.br/index.html, é possível neste portal encontrar vários tipos de informações de 2368 políticos brasileiros, essas informação permeiam à área da justiça, tribunal de contas, entre outras.

O uso destas ferramentas em conjunto não garantirá a escolha correta dos candidatos, porém, dará ao menos respaldo para análises e reflexões, haja vista que o futuro de nosso país se apresenta neste processo histórico.

Boa votação a todos.

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