Vamos terminar o que começamos...
Amanhã, 31 de outubro, voltaremos às urnas para terminar o que foi iniciado. Nós paranaenses estaremos nos dirigindo até a seção de votação para escolhermos um entre dois candidatos que disputam o 2º turno para o cargo de Presidente da República. Em alguns estados do Brasil além de presidente, será escolhido também o governador, o que não é o caso do Paraná, haja vista que Beto Richa do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) venceu as eleições em primeiro turno.
O que nos chamou a atenção neste 2º turno foi à forma utilizada pelos candidatos para desqualificar uns aos outros. No mundo virtual apesar da disputa acirrada, quem levou desvantagem foi à candidata Dilma Rousseff que teve seu nome e foto vinculado a inúmeros e-mails difamatórios que faziam referencia a uma suposta vida criminosa. Assim como o rádio e a televisão, a internet é uma excelente ferramenta estratégica ao qual foi muito bem utilizada pelos marqueteiros. A partir disso, percebemos o quanto o “poder” é cobiçado e buscado pelos partidos a todo custo. Neste contexto a frase “os fins justificam os meios” de Maquiavel, parece fazer sentido.
Aparentemente foi para o 2º turno um partido que defende o interesse dos trabalhadores contra um partido que busca defender o interesse do capital, dissemos aparentemente porque se analisarmos historicamente as eleições, veremos que o Partido dos Trabalhadores (PT) abandonou grande parte dos seus discursos até chegar ao poder.
Por conta destas contradições ideológicas as “forças de esquerda brasileira” divergem entre votar nulo ou apoiar a candidatura do PT. Para alguns partidos de esquerda o apoio a candidata Rousseff deve ser um apoio com ressalvas, para outros, prevalece o voto nulo. Apesar desta divergência, todos são unânimes em não quererem um partido de direita no poder.
Ainda sobre política...
Continuando o assunto anterior e trazendo o mesmo para nossa região, nesta semana (terça-feira, 26) o candidato José Serra (PSDB), esteve visitando a Terra das Cataratas para participar de uma Convenção Evangélica. O candidato foi convidado a fazer explanação de suas propostas nesta convenção. Serra respondeu além das questões elaboradas pelos dirigentes do encontro, as perguntas dos líderes das igrejas. Dentre suas promessas de campanha, o candidato mencionou o aumento do salário mínimo e o reajuste que pretende dar aos aposentados. No dia posterior a explanação de Serra, a convenção recebeu também a participação de um representante do PT para discutir as mesmas questões apresentadas ao candidato anterior.
Apesar da laicidade do Estado, vemos os candidatos darem atenção especial as esferas religiosas. Cada líder religioso dirige um grupo que respeita sua opinião. Pelo fato do Brasil ser um país cristão, discursos políticos desalinhados com tal ideologia acabam prejudicando a imagem do candidato e consequentemente refletindo nas urnas. Em São Paulo na semana passada foram recolhidos em um bairro panfletos assinados por três bispos da igreja católica que repudiavam a candidatura de Rousseff por entenderem que a candidata não é contraria ao aborto. Desta maneira e a fim de não criar indisposição com os religiosos que possuem influência sobre os fieis, os presidenciáveis fazem concessões em relação a algumas posições e acabam dedicando uma atenção especial a este universo.
Ta quase lá...
O município de Foz do Iguaçu esta trabalhando juntamente com o Conselho Tutelar com o propósito de erradicar a evasão escolar no município. Atualmente os estabelecimentos municipais de ensino atendem uma demanda de 22 mil alunos, deste total, em 2008, 226 alunos deixaram de frequentar as salas de aula, em 2009, 26 alunos desistiram. Seguindo estes números, calcula-se para este ano um valor próximo a zero. Erradicar evasão escolar, bem como diminuir a taxa de analfabetismo no país são medidas plausível. Entretanto, precisamos observar a necessidade da busca constante por uma educação gratuita e de qualidade ao invés de simples números.
Até quando?
Na sexta-feira passada (22) em menos de três horas morreram três homens assassinados em nossa cidade. Nesta terça-feira (26) outro jovem é morto com sete disparos de arma de fogo. Percebemos com isso o quanto nossa cidade é violenta e o quanto a segurança pública é deficitária. É evidente que por estar localizado em área fronteiriça, Foz do Iguaçu possui inúmeras peculiaridades em relação a outras cidades brasileiras, porém nada justifica tal situação. Se a fronteira possui particularidades que facilitariam o crime, ela também precisa de tratamento particular por parte do governo.
Não é nossa intenção nestas linhas enumerar os problemas sociais ligados aos altos índices de criminalidade, afinal esse assunto será debatido em outros artigos, porém ao trazer o problema da violência em nossa cidade buscamos fazer uma reflexão sobre a ineficiência do Estado em relação à proteção à vida. Segurança pública se faz com diminuição da pobreza, das desigualdades sociais, com ampliação das vagas de emprego e com distribuição de renda. A resposta as problemas de segurança não está no aumento da ação política, mas na garantia de direitos.
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