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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Manifesto contra a violência e ato contra a chacina no Porto Belo

Dia 07/10 às 19h30min foi promovido o manifesto contra a violência, no Colégio Carmelita, organizado pelo CDHMFZ – Centro de Direitos Humanos e Memória de Foz do Iguaçu. O evento relembrou a chacina que houve há exatos quatro anos atrás, onde quatro adolescentes foram assassinados cruelmente no bairro Porto Belo, por nove policiais, sob a alegação de que os jovens estariam portando armas e faziam tráfico de drogas no município. Parentes e amigos dos jovens assassinados compareceram ao evento na esperança de que seja feita a justiça.
O Fronteira Zero compareceu ao ato de manifestação, onde estavam duas mídias da cidade fazendo uma “cobertura” sobre o evento. O manifesto contou com apresentações artísticas da Companhia Casa do Teatro, uma breve apresentação do coordenador da Fundação Nosso Lar e um dos membros da diretoria do CDHMFOZ, quando colocaram em foco a questão dos direitos humanos e os abusos de autoridades enfrentados nas Três Fronteiras. No terceiro momento houve uma banca de Rap, onde foram apresentadas músicas que retratam o cotidiano na fronteira e as frustrações da vida de viver em um país onde as leis nunca se aplicam a quem realmente merece, remetendo-se somente aqueles que “protegem” a lei, como diz na música da banda Dead Fish “sou eu que tomo bala dos que deviam me defender”.
A impunidade soma-se ao desinteresse das autoridades, e acaba por mais uma vez confirmar a ideia da Justiça injusta brasileira. A violência é posta como a única forma de resolver os problemas sociais, deixando à mostra a precariedade das políticas públicas, refletida na desigualdade social promovida pelo dito “sistema democrático” em que vivemos.
Nesse sentido, devemos ressaltar a importância de ações como esta, que manifestam a indignação da sociedade, muitas vezes mascarada e manipulada por ideologias majoritárias que negam suas raízes sociais.
            Muitas mães choram por seus filhos enterrados, e outras choram por seus filhos perdidos no mundo da criminalidade, aqueles que não encontram lugar na sociedade individualista atual. O caso da chacina do Porto Belo infelizmente é só mais um entre tantos que ocorrem em Foz do Iguaçu, Brasil, América Latina e acabam caindo no esquecimento ou nos arquivos empoeirados de um fórum, mas para lembrar e perturbar esse sistema no qual só os grandes e os intocáveis ganham, a sociedade civil tem que se mostrar crítica, reivindicadora à frente dos movimentos.
 “O povo tem a força, só precisa descobrir, se eles não fazem nada, faremos tudo daqui.” (Rap da Felicidade).
 Parabéns a CDH - Foz do Iguaçu!


3 comentários:

  1. "Vamos deixar as armas, e vamos atirar com as rosas"

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  2. A sociedade tem que se unir e manifestar mesmo para mostrar que ninguém esta estagnado.

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  3. Tenho duas coisas para dizer.
    Primeiro, o grupo de teatro que se apresentou no ato não tem nome ainda, são alunos da oficina de teatro da Casa Do Teatro.
    E segundo, foi um ato de protesto como há muito não se via na cidade... Como integrante do CDH e Memória Popular de Foz espero que não seja o último.
    Devemos nos unir para acabar com as crueldades desse sistema que protege apenas a burguesia.
    Há poucos dias vi uma foto de pichação na internet que dizia: "Quando fome é lei, rebelião é justiça".
    E se temos fome de justiça e fome de igualdade devemos nos rebelar sem medo.

    Até a vitória!

    Carol Miskalo
    avozeminha.blogspot.com

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